CONTEXTO: Na atualidade, misoprostol, um metilanálogo sintético da prostaglandina E1, vem recebendo atenção como um agente maturador do colo e indutor do trabalho de parto. No entanto, ainda é necessário determinar melhor sua segurança e eficácia. OBJETIVO: Comparar misoprostol intravaginal versus ocitocina intravenosa para amadurecimento cervical e indução de parto em mulheres com colo uterino desfavorável. TIPO DE ESTUDO: Ensaio clínico controlado aleatorizado. LOCAL: Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros, em São Paulo, SP, no período de novembro de 1998 a dezembro de 2000. PARTICIPANTES: 210 gestantes com membranas íntegras e indicação para indução do parto. PROCEDIMENTOS: As mulheres, após a aleatorização, receberam misoprostol vaginal na dose de 25 µg a cada quatro horas, não excedendo oito doses (105 mulheres) ou ocitocina em uma infusão contínua (105 mulheres). VARIÁVEIS ESTUDADAS: Período de latência, tempo da indução ao parto vaginal, tipo de parto, ocorrência de parto vaginal em função do tempo, ocorrência de alterações do tônus uterino, hipóxia e morbidade neonatal. Para verificar a significância estatística das diferenças entre os grupos, utilizaram-se os testes de qui -quadrado, log-rank e t de Student. RESULTADOS: Não houve diferença significativa entre os grupos referentes às indicações de indução, idade, paridade, raça, renda familiar, índice inicial de Bishop e número de consultas de pré-natal. A incidência de cesárea, o período de latência e o período da indução ao parto vaginal foram significativamente menores para o grupo de misoprostol. Das alterações do tônus uterino, a taquissistolia foi significativamente mais comum no grupo do misoprostol, entretanto hipóxia e morbidade neonatal não foram diferentes entre os grupos. CONCLUSÃO: 25 µg de misoprostol vaginal usados a cada quatro horas é seguro e mais eficiente para o amadurecimento cervical e indução do trabalho de parto do que a ocitocina.
CONTEXT: Misoprostol, a synthetic E1 methyl analog prostaglandin, is at present receiving attention as a cervical modifier and labor induction agent. However, there is still a need for better determination of its safety and effectiveness. OBJECTIVE: To compare intravaginal misoprostol versus intravenous oxytocin for cervical ripening and labor induction in pregnant women with unripe cervices. DESIGN: Randomized controlled trial. SETTING: The study was performed at the Leonor Mendes de Barros Maternity Hospital between November 1998 and December 2000. PARTICIPANTS: 210 pregnant women with intact membranes and indication for labor induction were selected. PROCEDURES: The women randomly received 25 µg of vaginal misoprostol every 4 hours, not exceeding 8 doses (105 women), or oxytocin in a continuous infusion (105 women). MAIN MEASUREMENTS: The main parameters measured were: latent period, time from induction to vaginal delivery, delivery route, occurrence of vaginal delivery with time, occurrence of uterine tonus alterations, hypoxia and neonatal morbidity. To verify the statistical significance of the differences between the groups, the chi-squared, Student t and log-rank tests were used. RESULTS: There were no significant differences between the groups concerning conditions for labor induction, age, parity, race, marital status, family income, initial Bishop Index and number of prenatal visits. The cesarean section rate, latent period and period from induction to vaginal delivery were significantly lower for the misoprostol group. With regard to uterine tonus alterations, tachysystole was significantly more common in the misoprostol group. However, there was no difference in hypoxia and neonatal morbidity between the groups. CONCLUSION: 25 µg of misoprostol used vaginally every 4 hours is safer and more efficient for cervical ripening and labor induction than oxytocin.